Ana Brocanelo

Alienação Parental.

Os advogados possuem um papel especial nestes casos. Devem encarar processos desta magnitude como sendo processos judiciais que buscam a saúde psicológica de crianças, não se trata de disputa de bens materiais, mas sim do bem maior, filhos. Entenda...

A mãe fala mal do pai para a criança. O pai desconta mágoas contra a mãe…. A crise em família com pais separados tem nome: Alienação Parental. De acordo com dados da Vara da Infância e da Juventude, surgem até mesmo denúncias de algum tipo de abuso infantil por um deles (mãe ou pai). A maior parte dessas afirmações (70% a 80%) seriam falsas, segundo estimativa da Vara da Infância e da Juventude, citadas pela psicóloga Sandra Baccara, especialista no assunto.

 

“O pai, geralmente o mais acusado, passa anos sem ser ouvido pela justiça e a escuta se torna unilateral. Isso pode manipular todo o sistema de investigação”, afirmou. A especialista apresentou o dado para universitários do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Sandra Baccara explicou que a alienação parental é um processo de transformação do afeto de uma criança ou adolescente que os leva a se afastar ou recusar o contato do pai ou da mãe “É muita loucura pensar que eles (os pais) foram eficientes durante a vigência do casamento e, quando acaba a conjugalidade, um deles não é mais assim”, defendeu.

 

A especialista também apontou a alienação parental como uma tentativa de manter o laço amoroso entre os pais. “O casal tem de entender que o divórcio deve ser jurídico e emocional. Se isso não acontecer, a justiça vai ser usada como uma forma de assegurar o que já deveria ter acabado há muito tempo”, destacou.

 

A psicóloga também criticou os métodos usados no Brasil para investigação de uma acusação de violência sexual, principalmente o de bonecos anatômicos. “A criança tocar primeiro na região genital não comprova nada, pois ela está em uma fase de descoberta da sexualidade”.

 

Soluções e consequências:

A Guarda Compartilhada e a mediação são as melhores alternativas de evitar a alienação parental. Ela ainda ressaltou a importância da mediação familiar como forma do casal compreender melhor o processo de término do relacionamento. “Os casais precisam entender que o divórcio não envolve a parentalidade”, ressaltou.

 

Como consequência, Sandra acrescentou que a alienação provoca danos emocionais e cognitivos na criança, além de sentimento de desamparo. “Temos uma pesquisa que comprova que boa parte dos jovens hoje envolvidos com drogas foram alvos de alienação parental”.

 

 

Um abraço para todos.

Ana Brocanelo – Advogada.

OAB/SP:176.438 | OAB/ES: 23.075

Fonte: Agência de Notícias UniCeub. “Alienação parental: risco em família”. Por João Victor Bachilli e Lucas Valença. https://goo.gl/8MFkZR

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