Ana Brocanelo

Se não há confiança, então o que tenho?

É preciso uma negação, uma desobediência, uma desilusão, uma traição antes de você perceber que a confiança é o que tem mais valor em seu mundo. Se você não tem confiança, então o que você tem?

É preciso uma negação, uma desobediência, uma desilusão, uma traição antes de você perceber que a confiança é o que tem mais valor em seu mundo. Se você não tem confiança, então o que você tem?

 

Ontem à noite fiquei pensando sobre a minha capacidade de confiar. Observei tudo o que fiz durante esses dias atrás e o quanto espero que as coisas funcionem do jeito que necessito.

 

Acredito que meu despertador tocará e que acordarei na hora do trabalho pela manhã. Confio que meu laptop ligue quando aperto o botão liga / desliga e se conecte ao meu wi-fi. Se eu pedir um Uber, eu o espero em minha porta. Espero que meu corpo esteja saudável e que realize fisicamente tudo o que preciso durante o dia. Confio na mecânica das coisas. Confio no clima e na segurança. Acredito que o mundo ao meu redor funcionará da maneira que espero ou preciso, para que eu possa fazer o que preciso ou desejo realizar. Com esses problemas conseguimos lidar, mas e quando confiamos em pessoas?

 

Passamos tanto tempo apoiando-nos em pessoas nas quais acreditamos ser dignas de confiança, que é evidente nossa desilusão quando somos traídos ou quando algo não sai como acreditamos.

 

Intimidade exige confiança.

 

Em nossos relacionamentos, somos vulneráveis e estendemos nossa confiança na expectativa de que isso nos trará a intimidade que almejamos. Eu não espero que o motorista do Uber se importe que eu chegue ao trabalho pontualmente às 8 da manhã, mas com meu marido, minha esposa, meu namorado, namorada, amigo, amiga, minha família, sim. Só com eles há amor, compartilhamento, companheirismo, comprometimento. Elos. Meus elos.

 

E quando essa confiança é irrevogavelmente quebrada?

 

Tenho certeza que em algum de seus relacionamentos, você teve – ou tem – problemas com confiança, em qualquer nível.

 

O problema nos relacionamentos amorosos é que acreditamos que mesmo que seja racional não confiar em alguém, não é benéfico para o relacionamento. Desejamos sempre manter um amor, uma amizade, um elo com alguém, laços. Então, nos damos a ‘chance’ de nos anular, de mudar nosso comportamento, sofrer com algum tipo de abuso amoroso, social, étnico, profissional, de aceitar o que não nos faz bem.

 

Este é o começo do colapso de qualquer relacionamento. Como é que se pode viver uma relação em que não há confiança? Como podemos lidar com isso, se o nosso centro não somos nós mesmos?

 

Confiança, autoestima e fé. Às vezes, é o que nos falta.

 

 

Um abraço para todos.

Ana Brocanelo – Advogada.

OAB/SP:176.438

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