Quando um casamento chega ao fim e ficam, além de um coração partido, filhos frutos desta união, é preciso entender que as crianças devem ser preservadas de qualquer rancor em relação aos pais. Embora pareça óbvio, na prática, nem sempre funciona tão facilmente. A questão é que uma separação é sempre dolorosa. Mas essa dor não deve ser resvalada para os filhos.
O que os pais precisam compreender é o quanto a ruptura da união pode trazer sequelas às crianças. Desde medos e inseguranças, até mesmo casos mais graves de depressão infantil.
Os erros mais frequentes dos pais em relação aos filhos durante o processo de divórcio são:
– Falar mal de um dos cônjuges na frente da criança;
– Fazer comparações do tipo “ah, garanto que com seu pai você não se comporta assim”;
– Pedir informações ou fazer perguntas sobre a nova casa e a nova vida do (a) ex-companheiro (a) à criança;
– Acusar o ex-cônjuge de qualquer falta, seja emocional ou financeira do filho. Por exemplo, se o cônjuge não pagou a pensão, este assunto deve ser resolvido com o cônjuge e não com a criança.
Quando evitar situações como as listadas anteriormente se torna impossível, a recomendação é o casal procurar ajuda terapêutica para eles e para os filhos também.
Divórcio é comum, mas dói em todos.
Quando o casal lida com o divórcio de forma natural e racional, sem brigas ou acusações, sempre parece melhor. Porém, nestes casos, muitas vezes, as crianças sentem vergonha de verbalizar que estão sofrendo. Acreditam que elas é que estejam erradas, já que os pais lidam com isso numa boa. Portanto, pais não devem minimizar a dor das crianças neste momento difícil para todos.
Um abraço para todos.
Ana Brocanelo – Advogada.
OAB/SP:176.438
Fonte: A revista da Mulher. “Divórcio, mesmo amigável, ainda afeta os sentimentos dos filhos“. Texto editado. CC BY 4.0 BR.