Quem nunca cometeu um erro na vida e se sentiu culpado, garantindo que não faria aquilo nunca mais? O erro não deve ser visto como algo que tenha que ser castigado, muito pelo contrário, o erro ensina, justamente por não se saber que seria um erro. São as chamadas tentativa e inexperiência que nos levam a ele.
• Caminho da verdade:
A pessoa que comete o erro não desconfia que está errando, diferente da pessoa que está mentindo e que sabe que está enganando alguém. O erro é o caminho da verdade e errar pode ser bom, principalmente em uma etapa do conhecimento, e ajuda a aprender. Sendo assim, não se deve ter o sentimento de culpa. Errar não é necessariamente uma coisa ruim, então nós temos que distinguir erro e mentira. Na mentira, há uma intenção ruim e, no erro, não necessariamente.
O erro é transformador e muda o caminho de quem o cometeu. Ele é uma junção de culpa e arrependimento, nos leva à reparação e essa reparação que é terapêutica. É essa reparação que transforma as pessoas, não o arrependimento e a culpa.
• Oportunidade de crescer:
O arrependimento é natural do erro, não tem desvios éticos que comprometam de alguma forma quem o cometeu. O erro precisa ser ressignificado. A pessoa precisa perceber que as falhas cometidas podem ser a oportunidade de crescimento, seja na vida pessoal como na profissional, ajudando a estar alerta e motivada. Erros do outro também nos ensinam a evitar que aqueles atos sejam repetidos.
Errar pode trazer vergonha e culpa. Embora seja desconfortável, é importante pedir desculpas e admitir que se errou para que se esteja pronto para a mudança. O valor da verdade precisa estar na fala. Sabe aquela famosa frase que você já ouviu ou falou para alguém: Errar é humano? Pois é isso, errar é humano e não se deve ter medo de falhar, já que tudo faz parte do crescimento pessoal.
Um abraço para todos.
Ana Brocanelo – Advogada.
OAB/SP:176.438
Fonte: Jornal da USP. “O erro é transformador e muda o caminho de quem o cometeu“. Publicado sob licença CC BY 4.0.