Ana Brocanelo

A importância do planejamento sucessório familiar

Planejamento Sucessório: Muito Além da Holding Familiar

No complexo cenário jurídico e financeiro atual, o planejamento sucessório tem se tornado uma ferramenta essencial para assegurar a continuidade e a proteção do patrimônio familiar. Com o aumento da disseminação de informações na internet, muitas pessoas acreditam que constituir uma holding familiar é a solução definitiva para todas as questões relacionadas à sucessão. No entanto, essa visão simplista pode levar a equívocos e soluções inadequadas. Neste texto, vamos explorar a importância de um planejamento sucessório personalizado, conduzido por um advogado especializado, que compreenda as nuances e os objetivos específicos de cada caso, especialmente à luz das recentes mudanças na legislação tributária e no Código Civil.

Quando falamos de planejamento sucessório, muitos automaticamente pensam em holding familiar, por terem visto isso na internet e acreditarem que planejar a sucessão consiste apenas em constituir uma empresa. Esse é um erro comum, amplificado pelo que circula na internet, especialmente nas redes sociais.

Planejamento sucessório vai além de criar uma holding. É necessário fazer uma análise personalizada de cada caso. O advogado precisa compreender os objetivos do detentor do patrimônio a ser transmitido. Isso pode incluir a proteção da família contra terceiros, antecipação de questões de inventário, ou evitar conflitos familiares, por exemplo.

Na maioria das vezes, esses objetivos não são alcançados apenas com a criação de uma holding. Outras ferramentas, como testamentos, doações e partilhas, podem ser necessárias. Somente através de uma consulta detalhada com o cliente, o advogado especializado poderá entender os objetivos, ajustar expectativas, apresentar opções e, assim, atender ao que o cliente realmente deseja.

Com a recente reforma tributária e as mudanças no Código Civil, é esperado que haja um aumento na procura pelos escritórios de advocacia para realizar a transição de bens antes do falecimento do titular da herança. Contudo, é essencial estar atento às armadilhas do mundo digital, pois nem tudo que se vê é ouro. Textos curtos, chamadas de vídeos nas redes sociais e lendas urbanas muitas vezes não representam o melhor caminho a seguir.

O planejamento sucessório é algo muito sério e deve ser feito por um profissional com amplo conhecimento em direito de família e sucessões, além de direito tributário e direito empresarial. A interligação dessas áreas reduz o risco de impostos futuros para o autor da herança antes de sua morte e garante que a sucessão ocorra conforme desejado, evitando a anulação do planejamento.

Pensar no futuro e planejá-lo é necessário para proporcionar tranquilidade no presente. No entanto, isso deve ser feito de forma segura para que, no futuro, o passado não volte a assombrá-lo.

Um abraço para todos.
Ana Brocanelo – Advogada.

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