Desde o lançamento de “Cinquenta Tons de Cinza”, todos os filmes, livros ou séries que trazem a liberdade sexual da mulher, causam ‘frisson’ na mídia. Da série Sex Live, podemos tirar algumas conclusões sobre relacionamentos.
Ainda há muitos tabus quando um assunto envolve sexo e traição. Eu e a psicóloga Maria de Fátima Machado, falamos sobre isso em uma Live há três semanas atrás. Imaginava que esse tema ainda permeava em terreno não muito aberto na internet, mas percebi o quanto estamos atrasadas na conquista da igualdade com os homens, que nós mulheres ainda buscamos até os hoje.
Não podemos comentar sobre nossos anseios, pois fomos criadas para sermos as belas, recatadas e do lar. Vocês não fazem ideia do quanto isso me entristece, a pressão social sufoca quem somos e o que desejamos em nossa busca da felicidade.
É exatamente sobre isso que a série trata: é a fórmula pronta da propaganda de margarina, na qual uma mulher casada deve ser feliz com o marido, com seu filho e com o nascimento do segundo filho. Ledo engano, tudo desaba nesse momento, pois ela não se sente satisfeita com essa vida.
Vamos entender resumidamente o que a série nos deixa claro, relacionando-a com o Direito de Familia.
– A personagem larga o trabalho para ser esposa e mãe;
– A felicidade está no casamento e na abdicação do que se é pelo outro;
– Casamento quando cai na rotina é um perigo para o relacionamento;
– Filhos são ótimos – mas romantizar a maternidade é furada!;
– A grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa, porque não somos nós quem a regamos;
– O “e se” faz com que você não viva a sua vida de forma plena;
– Cuidado com quem você insere em sua relação, sejam amigos, ex ou chefes;
– A relação de um casal só pertence a eles mesmos e ninguém pode os julgar.
Cabe o alerta sobre o que a traição pode fazer com você e com o seu relacionamento, sobre o que você faz consigo mesma quando compra sonhos prontos e terceirizados, sobre o que você faz consigo mesma quando vai contra aquilo que anseia.
Preste atenção no que se quer. Seja, acima de tudo, honesta consigo mesma e, no primeiro sinal de que seu relacionamento não está indo para o rumo que você acredita que deve ser, pare e reflita se não está na hora de chamar seu parceiro para ter a conversa mais importante – o que fizemos de nós mesmos e o que faremos daqui para frente.
A busca da felicidade tem que ser, deve ser resiliente, porque a humanidade perdeu o brilho e o discernimento de entender que ser feliz está em cada pequena coisa.
Um abraço para todos.
Ana Brocanelo – Advogada.
OAB/SP:176.438
Fonte fotográfica: Divulgação | Netflix.